Se eu tivesse que escolher uma música, para tocar em sua homenagem, seria “Like a Rolling Stone”. Bob Dylan tem a ver com você! O toque
da gaita que nos faz viajar e aquele jeitinho de bad boy com cigarrinhos proibidos.
Não importa quanto tempo passe, eu ainda me lembro do seu andar “dez pras duas”, das suas calças cáqui e das camisas estampadas, que você dizia com
orgulho, terem sido costuradas pela sua mãe. A sua voz rouca, ainda soa por aqui, dizendo palavras
de outros lugares, pouco cabíveis a uma cidadezinha de trinta mil habitantes.
Você me dizia “Carpe diem” parecendo prever que a sua vida seria curta! E quando olho
para trás faz todo sentido você ter sido quem foi e ter morrido daquele jeito que
só os jovens insanos fazem: um carro, uma curva e embriaguez ao volante. Doeu
ter perdido você!
Ainda
tenho guardado, com saudade e carinho, todos os e-mails que você me enviava, seja para pedir uma opinião sobre algo que você escrevia ou para reclamar do
fato de eu ter sumido. De vez em quando releio os seus textos sobre um cara do século passado - e que na minha opinião - nada mais era que seu alter
ego. Espero ter lhe dito que você escrevia bem, e que com certeza, melhoraria com o tempo!
Sinto sua falta quando ouço “Dezessete anos e fugiu de casa”
ao som de Capital Inicial. E não espalhe por aí: mas, eu ainda guardo uma velha
saia pink só porque você gostava dela! Tenho uma foto sua 3x4 guardada numa
caixa que não tenho mais coragem de abrir e me queixo por não termos nenhuma
fotografia juntos. Nos tornamos
lembranças, enfim. Amigos de outros tempos que não se veem mais!
Mas, eu gosto de imaginar que você está no céu e que todas
as suas ideias malucas ficaram melhores ainda! E também gosto de pensar como
seria se você ainda estivesse aqui, ficando mais velho, e aos poucos, se
encaixando em padrões chatos. Pensando bem, o céu combina mais com você!
Provavelmente, lá não existem anjos caretas determinando jeitos certos. Na sua nova casa, as pessoas são livres e buscam respostas não óbvias. Tal como
você!
Quem sabe, a gente se encontre em outras vidas para continuarmos
escrevendo nossos textos, trocando leituras, batendo um papo cabeça e tendo a oportunidade de sermos por
mais tempo, bons e velhos amigos.
E enquanto a vida toca o barco, eu obedeço seu desejo,
escrito num e-mail do dia 12 de dezembro de 2006: “Seja feliz
sempre, pois não consigo lembrar de você sem um sorriso no rosto.”
1 Comentários
Quero um tipo de crônica irônica, engraçada e critica, por favor
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