O velho índio Yanomami tinha um sonho: voar como um gavião. Desejo que ele realizou ao
fazer um voo de parapente, com a ajuda do instrutor Rodolpho
Cavalini, em 2015.
E enquanto
voava sobre os montes do estado do Espírito Santo, o indígena entoou uma
canção na sua língua. Não é preciso ser uma poliglota
para saber que aquele era um canto de alegria. Afinal, mal colocou os
pés no chão, seu primeiro instinto foi dar uma gostosa gargalhada.
Quando o repórter, então, perguntou o que ele havia sentido lá em
cima, ele não hesitou em responder: “Foi ótimo, foi fantástico!
Todo mundo deveria voar um dia!”. Sinceramente? Foi uma das cenas
mais lindas que eu já vi.
Linda,
porque eu concordo com ele. Todo mundo deveria, não só voar um
dia, mas se permitir a realizar os próprios desejos. Tal como meu
avô que viu o mar pela primeira vez aos oitenta e poucos anos e foi
categórico ao reafirmar: “Agora, quero conhecer outras praias!”.
É
do sonho que a gente se faz. Erguidos por uma estrutura corporal,
sustentados por uma mente que raciocina, mas constantemente
inspirados, pelos nossos sonhos.
E
não interessa se são ambiciosos ou modestos, são nossas aspirações
que movem nossas pernas. Ou, pelo menos, deveriam ser!
Casar
de vestido branco, ter a casa própria, se alfabetizar depois de
adulto, fazer um intercâmbio, ter um filho, cruzar o deserto do
Atacama ou fazer aquele curso de gastronomia . Enfim, não interessa
o quê! Sonhar é que o importa!
Manter-se
vivo em nome do sonho mais simples, mas principalmente, lutar feito um leão por ele! Mesmo quando o mundo parece nos calar, mesmo
quando as crises são bombardeadas na televisão, e até mesmo,
quando pagar o aluguel parece mesmo ser mais importante que qualquer
outra coisa na vida. Talvez, seja. Mensalmente. Mas, projeto de vida
é outra coisa!
Projeto
de vida é você se ver daqui cinco, dez ou trinta anos, tendo feito,
aquilo que era mais fundamental PARA VOCÊ!
Parece
básico, parece tolo. Mas, quantos de nós andamos por aí, nos
anulando na vida, deixando que a rotina nos carregue para um lugar
tão longe de nós, a ponto de não mais nos reconhecermos, no final
da nossa própria estrada?!
Eu
quero ser como um velho índio que voa. E você?
Veja a reportagem no vídeo abaixo:
Imagem: Reprodução TV Gazeta
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