Até os meus 30 anos eu não
sabia nadar. Não o suficiente para dizer que entraria mar adentro de peito e
braços abertos. Mas, o fato é que aos 31 anos eu me fiz essa proposta e
avancei. Descobri até que eu já sabia alguma coisa a respeito. Nas aulas de
natação, sempre estava eu e um menino de dez anos. Se eu disser que não fiquei
com vergonha, estaria mentindo. Mas, percebi que vergonha mesmo eu tinha de não
saber nadar, nadinha, se me permitem o trocadilho.
E, confesso que o mais
divertido da situação, era ver o garoto, que já havia conquistado algumas medalhas
em competições, dizer para mim: “Vai, vai, você consegue!”. Era engraçado e era
bonito perceber como uma criança sabe desde cedo o valor do incentivo. Tudo
bem, que não fiz aulas suficientes para nadar no estilo crawl, mas já faço
minhas peripécias nadando de costas e arriscando as braçadas. E foi o mesmo que
fiz, ano passado, quando decidi a aprender dança de salão. Afinal, eu sempre me
perguntei: Por que raios, eu não faria todas aquelas coisas que sonhava aprender
quando criança? Se eu estou viva, sempre há tempo. Hoje, nado razoavelmente, e
posso dizer, que danço com dignidade, bolero e samba. Sem modéstia? Essas
coisas me dão um orgulho danado de mim!
Certa vez escrevi uma matéria
sobre uma cientista italiana chamada Rita Levi-Montalcini, que morreu aos 103
anos, dizendo que o que mantém uma pessoa ativa é o fato dela se propor,
constantemente, a novos aprendizados e desafios. Considerando que ela foi Prêmio
Nobel de Medicina, em 1986, por seus estudos sobre o cérebro, acho que devo dar
um crédito a ela! E para garantir, adicionar a minha lista mais alguns desejos. Entre eles: aprender
a tocar gaita, patinar no gelo, ter uma
casa com uma árvore no quintal e comprar um escovão de esfregar as costas, no
melhor estilo Leôncio, no desenho do Pica-pau. Sinceramente? A
lista é longa. E se tudo der certo, a vida será também!
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